segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Mão firme, Mestre Manoel de Oliveira


"Mestre Manoel de Oliveira"
Livraria ORFEU, Bruxelas, 15.01.2010
foto JSR, copyright

O Mestre Manoel de Oliveira é uma força da natureza!

Todo desempenado, ligeiramente apoiado na sua bengala, que mais parece um objecto de adorno do que um ponto de apoio indispensável, o Mestre deixa todos boqueabertos quando se lança na conversa, passando pelo tempo imenso de que é Senhor, sem mostrar o mais pequeno sinal de fadiga. Apenas lhe escapam alguns nomes (falhas de memória que ele leva na brincadeira, pelo menos aparentemente), mas quem não tem essas falhas? Mesmo os que têm meio século a menos que o Mestre.

A sua voz é firme, assim como é firme a sua mão. Firme quando escreve e firme quando nos assinala que está para durar e filmar.

É bom ver como o ser humano tem destas coisas...

Votos de longa vida Mestre Manoel de Oliveira.


"Mestre Manoel de Oliveira"
Flagey, Bruxelas, 15.01.2010
foto JSR, copyright

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Porto


"Porto"
J. Silva Rodrigues
Outubro 2007

Port
"Endroit où les bateaux sont à l'abri des tempêtes et exposés à la furie des douanes"
(Ambrose Bierce, 1842-1914)

domingo, 3 de janeiro de 2010

O TEMPO


"Tempo passado"
Bure, Junho 2009
J. Silva Rodrigues

Tempo passado, tempo perdido.

O tempo que se perde
É tempo perdido.

O tempo foge e não volta,
O tempo escapa-se-nos.

Está cada vez mais mau tempo.

O tempo não custa nada!
Porque quando está logo se vai,
Tem o preço do efémero
E do fumo...


"Fumo..."
Bure, Junho 2009
J. Silva Rodrigues

O tempo escapa-se e vai-se
Antes mesmo de termos
Tempo para o conservar.

O tempo é também tempo de espera.
E à medida que se espera,
O tempo vai-se, não espera.

O tempo de espera parece
Tempo perdido.

O tempo de espera cria ansiedade:
Enquanto se espera
Perde-se a paciência para o tempo que falta.

Por isso desesperamos...


"Tempo perdido"
Bure, Novembro 2009
J. Silva Rodrigues